quinta-feira, 21 de abril de 2011

INSANIDADE

Eu quero a palavra que me cale

que derrube, que me vença

eu quero a força, quero a crença

que me valha e que me exale.



Quero a mentira que convença

sem piedade, sem verdade

quero o amor na desavença

quero amor sem finalidade.



Que seja então felicidade

este riso e este pranto,

e que na falsa lealdade

esteja vivo todo o encanto.



Vou sozinho, em coro canto

a minha vil delicadeza

e ilusório exalto tanto

as descrenças da certeza.



Que saia incólume a pureza

da minha sã embriaguez

quão deturpada é a beleza

no bálsamo da insensatez.



Eu quero saber o que me fez

assim cético de bondade

eu quero pular a minha vez

na fila para a sanidade.



Eu sou o silêncio, sou o grito

sou o guia da ablepsia

e na calmaria vou aflito

buscar a dor pra anestesia.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Elucidação

Pretensão,
investigação,
confusão,
solução.
Investigação,
compulsão,
obstinação,
coração,
ação.
Elucidação,
menção,
contestação,
confirmação,
aceitação,
reprovação,
imposição,
publicação.
Então,
consideração,
felicitação,
consumação,
alcoolização,
internação,
injeção,
recuperação.
Reiniciação,
reinvestigação,
continuação...

terça-feira, 22 de março de 2011

Tatiane


Bem aventurado, eis-me aqui
sou amante e amado, sou Romeu
singelos versos declarados a ti
Julieta, toma todo o amor meu.

O meu peito em teus seios despidos
do inferno ao céu te levo em amores
beijo o deserto se miragem tu fores
em teus lábios pelos meus percorridos.

Tu que me vens em meiguice e luxúria
sugando o mel, destilando o veneno
na alegria de amar-te em fúria
eis-me gigante, outrora pequeno.

Amor agridoce sob a lua de fel
e o mundo ofertado em tua beleza
de vil pecador, sou então Rafael
teu anjo à proa, navegante em Veneza.

Amo-te em dobro ainda que metade me ame
e amo mais para que o amor não falte
amo-te na alma, corpo, unha e esmalte
gritando amores, Tatiane, grito teu nome.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DESCALÇO


Nos jornais, há palavras confusas.
São novelas, famílias em drama.
Nos discursos, desculpas escusas,
homens públicos, pérfidas tramas

Acidez vem nas gotas da chuva,
manchas de óleo no meio do mar,
mãe solteira que fica viúva.
E nos céus? Tempestade solar...

Nas janelas, há vidros blindados;
no meu bairro, vizinhos hostis,
cães de guardas, arames farpados.
Já perdi os amigos que fiz.

Sinto dores, respiro fumaça.
Sangra meu coração, cambaleio.
Sinto odores, tristeza, desgraça;
Num espelho, a face do feio.

Não sou louco! Alguém me vigia,
me persegue, me filma, me espreita.
Sou normal, minha mente vazia,
e mantenho a rotina insuspeita.

Já me sinto sem pele nem osso.
Faço um palco do meu cadafalso,
pois me deram um nó no pescoço.
Dou espasmos e morro descalço.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Monjoleando II

















 Monjoleando lá se vai
um domingo em plenitude
e que a água então inunde
a alegria que recai.

As corredeiras massageiam
nossos corpos tão cansados
as crianças brincam e rodeiam
o nosso repouso nos lajeados.

O amigo é família que se escolhe
e o paraíso testemunha a união
tem partilha, camaradagem, emoção
doce sabor do fruto que se colhe.

O sol nos aquece e nos bronzeia
a natureza nos entoa a sinfonia
vem Senhor e conosco “monjoleia”
não permita que acabe esse dia.

Juntemos novamente nossas tralhas
- pães, doces, frutas, cervejas, toalhas -
nos juntemos homens, mulheres e crianças
e monjoleando reforcemos as alianças.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Monjoleando.

O sol que brilha
numa tarde de domingo.
A brisa doce,
um encontro com os amigos.
Debates sobre o
amor,
a cor,
a amizade,
a chuva.
Num lugar imaginário,
onde pensamos ser a realidade.
O encontro perfeito;
Os amigos perfeitos;
As esposas perfeitas!
O lugar perfeito.
Relatos de uma tarde que podia não ter fim.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Sabedoria Política

A sabedoria política
que rege nossas mentes estupefatas
e nos leva a considerar
essas diversas erratas
que compõem o caminhar
desse brasil varonil:
O governante roubou,
e ninguém viu;
O morro desmoronou,
e o deputado não se prestou
a oferecer ajuda.
O tempo passa,
e nada muda.