segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

DESCALÇO


Nos jornais, há palavras confusas.
São novelas, famílias em drama.
Nos discursos, desculpas escusas,
homens públicos, pérfidas tramas

Acidez vem nas gotas da chuva,
manchas de óleo no meio do mar,
mãe solteira que fica viúva.
E nos céus? Tempestade solar...

Nas janelas, há vidros blindados;
no meu bairro, vizinhos hostis,
cães de guardas, arames farpados.
Já perdi os amigos que fiz.

Sinto dores, respiro fumaça.
Sangra meu coração, cambaleio.
Sinto odores, tristeza, desgraça;
Num espelho, a face do feio.

Não sou louco! Alguém me vigia,
me persegue, me filma, me espreita.
Sou normal, minha mente vazia,
e mantenho a rotina insuspeita.

Já me sinto sem pele nem osso.
Faço um palco do meu cadafalso,
pois me deram um nó no pescoço.
Dou espasmos e morro descalço.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Monjoleando II

















 Monjoleando lá se vai
um domingo em plenitude
e que a água então inunde
a alegria que recai.

As corredeiras massageiam
nossos corpos tão cansados
as crianças brincam e rodeiam
o nosso repouso nos lajeados.

O amigo é família que se escolhe
e o paraíso testemunha a união
tem partilha, camaradagem, emoção
doce sabor do fruto que se colhe.

O sol nos aquece e nos bronzeia
a natureza nos entoa a sinfonia
vem Senhor e conosco “monjoleia”
não permita que acabe esse dia.

Juntemos novamente nossas tralhas
- pães, doces, frutas, cervejas, toalhas -
nos juntemos homens, mulheres e crianças
e monjoleando reforcemos as alianças.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Monjoleando.

O sol que brilha
numa tarde de domingo.
A brisa doce,
um encontro com os amigos.
Debates sobre o
amor,
a cor,
a amizade,
a chuva.
Num lugar imaginário,
onde pensamos ser a realidade.
O encontro perfeito;
Os amigos perfeitos;
As esposas perfeitas!
O lugar perfeito.
Relatos de uma tarde que podia não ter fim.