segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

CONVITE

Convido-te agora ao meu ócio
embriagando-nos no saudoso absinto
por não saber nem mais o que sinto
viajaremos então nos tragos do ópio.

Convido-te louco
ao mundo da lua
a viver solenimente a hipocrisia
a fugir do marasmo dessa terra crua
e num dia de branco, respirar maresia.

Convido-te em risos para festas alheias
desnudos de toda vergonha assombrosa,
tiremos agora da moral as correias

e assim libertemos a viagem fogosa.

Vamos também zombar dos palhaços
deferir nossos versos em prol dos pecados
venha comigo escarrar no palácios
e delituosamente deixá-los irados.

Convido-te à morte de tudo que é são
e levar-te-ei num tango ao funeral,
se me recusares haverá um duelo então
e de só restará...carcaça animal.

3 comentários:

  1. Convido-te a ler e se encantar
    A pensar sobre o ir e vir
    e de novo repensar
    e finalmente refletir
    e novamente se encantar
    deixar a poesia fluir...


    Grande abraço João.

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  2. João Rafael,
    Devo confessar-lhe que o "Convite" me causou perturbação. Ao alterar a ordem de minha quietação, as palavras densas e tensas me conduziram ao caos, denominado poeticamente de "morte". Então, retornou-me o sossego, ao propor a cada verso, outro convite: celebrar a vida!
    Aguardo novas produções!
    Abraços, Poeta!

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