Eu quero a palavra que me cale
que derrube, que me vença
eu quero a força, quero a crença
que me valha e que me exale.
Quero a mentira que convença
sem piedade, sem verdade
quero o amor na desavença
quero amor sem finalidade.
Que seja então felicidade
este riso e este pranto,
e que na falsa lealdade
esteja vivo todo o encanto.
Vou sozinho, em coro canto
a minha vil delicadeza
e ilusório exalto tanto
as descrenças da certeza.
Que saia incólume a pureza
da minha sã embriaguez
quão deturpada é a beleza
no bálsamo da insensatez.
Eu quero saber o que me fez
assim cético de bondade
eu quero pular a minha vez
na fila para a sanidade.
Eu sou o silêncio, sou o grito
sou o guia da ablepsia
e na calmaria vou aflito
buscar a dor pra anestesia.
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